Um repórter da TV BE entrevistou Hans, um famoso marinheiro do Norte …
1• Hans, de onde veio o sonho da vida no mar?
Sempre gostei de ver o mar e de ouvir as ondas. Quando era criança não receava as tempestades, até me colocava à janela a apreciar os dias de temporal e a ondulação no mar. Acho que esta paixão cresceu comigo.
2• O que sentiu quando o seu pai lhe negou o seu sonho? Porque é que ele preferia que fosse estudar?
Eu sabia exatamente o que queria fazer e já imaginava que o meu pai não fosse da minha opinião. É normal ele não aceitar a minha ida para o mar, pois já tinha perdido dois filhos num naufrágio e não queria que me acontecesse o mesmo.
3• O que o levou a tomar a decisão de fugir de casa e entregar-se ao mar?
Eu sempre tive esse objetivo de me entregar ao mar. Se não o fizesse, sentir-me-ia infeliz, por isso, mesmo contra a vontade do meu pai, aventurei-me na ondulação do mar alto.
4• Qual foi a sensação de navegar no cargueiro inglês?
Logo que o cargueiro começou a afastar-se de Vig, senti uma grande liberdade. Já ninguém me impediria de realizar o meu sonho.
5• Que pensamento teve após as chicotadas do capitão?
Decidi abandonar o cargueiro, pois percebi que voltaria a ser castigado, uma vez que o capitão era um homem rude e intransigente.
6• Qual foi a sensação de estar sozinho numa cidade desconhecida?
Foi uma grande infelicidade. Senti-me só e infeliz naquela cidade, onde não conhecia ninguém para conversar nem para me ajudar.
7• Quando Hoyle se dirigiu a si com a gentileza de o socorrer e levá-lo para sua casa, qual foi a primeira coisa em que pensou?
Fiquei radiante, pois sentira que ainda tinha muito futuro pela frente, que nada estava acabado e que poderia continuar a sonhar.
8• Decidiu mandar uma carta para Vig. Quando recebeu a resposta, ainda continha a esperança de um dia voltar para lá?
Sempre contive a esperança de voltar a casa e poder ser recebido de braços abertos, por isso não me fui abaixo e continuei a sonhar com um possível regresso a Vig.
9• Como se sentiu quando Hoyle adoeceu e lhe confiou a grande responsabilidade de dirigir todos os seus negócios, impedindo-o de continuar a navegar?
Senti que tinha o dever de lhe retribuir o que ele fizera por mim, ainda que tal implicasse abdicar de sair para o mar.
10• Quando escreveu ao seu pai a dizer que nunca mais iria ser navegador e não obteve nenhuma resposta, o que sentiu?
Nessa altura, já quase tinha perdido a esperança de voltar a Vig e começava a sentir-me bem integrado naquela cidade.
11• Como conseguiu ultrapassar a dor de ter perdido o seu primeiro filho?
Foi muito difícil ultrapassar a dor… Mas quando soube que Ana estava novamente grávida fiquei muito feliz. Ajudou-me a esquecer esse tormento.
12• Por que razão manifesta o desejo de construir um navio naufragado em cima da sua sepultura?
É como que se os meus sonhos também tivessem naufragado… nunca tivessem sido completamente cumpridos.
Clara Loureiro
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